Após a primeira identificação de um caso de gripe aviária em animal não silvestre no Brasil, as Secretarias de Agricultura e Saúde do Rio Grande do Sul realizaram uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (16), para comentar as medidas tomadas. O caso foi notificado em uma granja comercial em Montenegro (RS) nesta quinta-feira (15). O Ministério da Agricultura e Pecuária acionou um protocolo para a identificação e contenção da doença.
O diretor adjunto do DDA/Seapi (Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação), Francisco Lopes, acalmou a população ao informar que não há riscos de infecção humana, uma vez que o vírus já está identificado e está no âmbito das aves. O diretor adjunto detalhou as ações do Serviço Veterinário Oficial, com foco na granja em que aconteceu a infecção, com os mesmos protocolos realizados com a infecção de Newcastle no ano ado.
Dentre as ações, Lopes mencionou a desinfecção de todas as
instalações da granja, além do levantamento de todos os outros estabelecimentos do tipo em um raio de 3 km e 10 km do local. “Temos todo o padrão de geo análise estruturado dos focos cruzados com todos os cadastros das propriedades rurais”, afirmou o membro do órgão ao complementar que haverá o acompanhamento em tempo real das ações e atualizações diárias da situação.
Áreas de desinfecção também serão criadas nas localidades dos raios mencionados, com a utilização de barreiras fixas e uma de desvio, atuando 24 horas por dia durante 7 dias. Caso após o período não haja novas infecções, o encerramento das
ações emergenciais de controle será determinado. Durante a entrevista, ainda foi avisado à população que não há risco no
consumo de carne e ovos, uma vez que não houve propagação na cadeia produtora.
Segundo as autoridades, ainda não há certeza de que as mortes de cisnes e patos registradas no zoológico de Sapucaia do Sul estejam relacionados ao vírus. O resultado de análises laboratoriais ainda são aguardados para confirmação. No entanto, medidas preventivas já foram tomadas para evitar a proliferação.
Apesar do choque com o caso noticiado nesta quinta, o
vírus da gripe aviária existe no mundo desde 2006, o que gerou aprendizados, segundo José Cleber Dias de Souza, Superintendente Federal da Agricultura no Rio Grande do Sul. O membro do Ministério da Agricultura afirmou que, pela distância da notificação do primeiro caso mundial para o registro nacional, em
animais silvestres em 2023, houve tempo para as autoridades brasileiras poderem entender a doença e manter a produção livre.