O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de reunir 50 mil soldados perto da região de Sumy. A cidade está na fronteira com Kursk, onde tropas ucranianas conseguiram conquistar espaço, mas acabaram expulsas no mês ado. Zelensky disse que Kiev já tomou medidas para impedir uma ofensiva em larga escala de Moscou no local. Recentemente, o Kremlin anunciou a tomada de controle de quatro vilarejos ao longo da fronteira.
Em entrevista ao
Conexão Record News desta quarta-feira (28), Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), comenta a intensificação desses ataques enquanto discussões sobre o
cessar-fogo ficavam em maior destaque. “Talvez a gente tenha que entender, exatamente, que os russos perceberam que Zelensky precisa de um cessar-fogo”, comenta o professor ao citar a situação atual da Ucrânia, com a redução da chegada de recursos e o período sem o
envio de armamentos americanos, fator que pesou para país.
O professor completa destacando que o “apoio americano não é o mesmo da
era Biden”, em clara referência às novas
determinações de Donald Trump, que exigiu meios de ressarcimento dos gastos com Kiev para a manutenção do apoio. Ainda outra possibilidade listada por Trevisan é de que os russos estejam fazendo mais pressão para se aproximarem do centro do país, onde estão localizadas as terras raras — local cobiçado pelos recursos fundamentais, principalmente para tecnologia, e alvo de negociação com os EUA.
Segundo o professor, a
ofensiva sobre a região fronteiriça pode ser o que chama de uma 'pressão diversionista'. "A Rússia pode estar ameaçando Kursk, que é no nordeste, quando o alvo real é o centro. E pode apenas somente ser um blefe russo para ter mais espaço de negociação. Em outras palavras, a guerra na Ucrânia está chegando a um momento absolutamente decisivo", finaliza.