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Poeira de Marte é tóxica e pode ser perigosa para astronautas, diz estudo

Nova pesquisa revela que substâncias na superfície marciana oferecem riscos à saúde humana e desafios às missões para explorar o planeta vermelho

Internacional|Do R7

Estudo sugere que mineral formado com água é responsável pela cor vermelha de Marte, o que pode indicar vestígios de um ado habitável Divulgação/NASA

Marte, o planeta que encanta à distância por causa da tonalidade avermelhada, pode esconder um perigo silencioso para os futuros exploradores humanos que pousarem nele: a poeira tóxica.

Um novo estudo revela que a fina camada de poeira que cobre a superfície marciana representa riscos sérios à saúde dos astronautas, exigindo soluções tecnológicas avançadas para tornar as missões tripuladas viáveis.

Substâncias como sílica, percloratos, óxidos de ferro e metais pesados presentes no solo do planeta podem causar desde irritações respiratórias até doenças graves, como câncer e problemas na tireoide, diz a pesquisa, que foi publicada no periódico GeoHealth em fevereiro.

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A poeira marciana é composta por partículas minúsculas -- cerca de 4% da largura de um fio de cabelo humano --, finas o suficiente para penetrar profundamente nos pulmões e até na corrente sanguínea.


Diferente da poeira lunar, que irritou os astronautas das missões Apollo com sua textura afiada, a poeira de Marte é menos abrasiva, mas igualmente pegajosa e perigosa.

“Ela gruda em tudo e está constantemente caindo do céu, cobrindo equipamentos e ameaçando a saúde”, disse Brian Hynek, professor de ciências geológicas da Universidade de Boulder, nos Estados Unidos, e coautor do estudo, em entrevista à CNN.


Entre os componentes tóxicos, há sílica, conhecida por causar silicose em trabalhadores expostos na Terra, e percloratos, que podem afetar a tireoide e levar à anemia aplástica, uma condição em que o corpo não produz células sanguíneas suficientes.

“O maior risco é para os pulmões. Essas partículas podem ficar alojadas e causar fibrose ou doenças sobrepostas à exposição à radiação no espaço”, diz Justin Wang, estudante de medicina da Universidade do Sul da Califórnia, nos EUA, e também coautor da pesquisa.


Lições da Lua

Os astronautas que pisaram na Lua já enfrentaram problemas com a poeira lunar, que aderiu aos trajes espaciais e invadiu os módulos, provocando tosse, olhos irritados e até riscos de danos crônicos.

Em Marte, o cenário é ainda mais complexo. “Uma missão ao planeta vermelho não permite um retorno rápido à Terra para tratamento médico”, destacam os pesquisadores no estudo. Segundo eles, o e remoto também é limitado, especialmente por causa do atraso de 40 minutos nas comunicações entre os dois planetas.

Além da saúde humana, a poeira também ameaça equipamentos. Tempestades globais, que ocorrem a cada poucos anos, geram uma camada espessa que já prejudicou rovers, como os da Nasa, a agência espacial norte-americana, ao cobrir painéis solares e comprometer instrumentos científicos.

Para enfrentar esse desafio, os cientistas sugerem tecnologias como filtros de ar avançados, trajes espaciais autolimpantes e dispositivos de repulsão eletrostática, que impediriam a poeira de se acumular.

“A mitigação da exposição é a chave”, diz Wang, otimista de que o problema não inviabiliza as missões. “É um risco evitável se estivermos preparados”.

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