Estudo aponta 50% de chance de a Via Láctea colidir com outra galáxia em bilhões de anos
Novos dados mostram que encontro galáctico com Andrômeda pode acabar não acontecendo
Internacional|Do R7

Pesquisadores internacionais revelaram nesta semana que a chance de a Via Láctea colidir com a galáxia de Andrômeda, prevista para ocorrer dentro de bilhões de anos, é significativamente menor do que se acreditava.
Segundo o estudo publicado na revista “Nature Astronomy”, a probabilidade desse evento acontecer nos próximos 10 bilhões de anos é de cerca de 50%, uma verdadeira moeda ao ar para os astrônomos.
A análise utilizou as medições mais recentes do telescópio espacial Hubble e do satélite Gaia, da Agência Espacial Europeia. Além de considerar a massa e os movimentos dessas duas galáxias espirais, a equipe também incluiu na simulação os efeitos gravitacionais da galáxia do Triângulo e da Grande Nuvem de Magalhães — um satélite galáctico da Via Láctea cuja influência diminui as chances do choque iminente.
Esse novo cenário contrasta com estudos anteriores que apontavam para um encontro quase inevitável, com uma fusão galáctica prevista para acontecer em aproximadamente cinco bilhões de anos. Essa fusão resultaria em uma galáxia elíptica gigante, apelidada de “Milkomeda”.
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A equipe de pesquisa enfatizou que, enquanto a colisão entre as galáxias é uma possibilidade real, não há garantias. Um “quase encontro” poderia deixar a estrutura da Via Láctea relativamente intacta, mantendo seu formato característico que a faz ser vista da Terra como a faixa luminosa no céu.
Outro dado relevante das simulações aponta para uma fusão quase certa entre a Via Láctea e a Grande Nuvem de Magalhães nos próximos dois bilhões de anos. Esse evento, apesar de menor em escala que o hipotético choque com Andrômeda, terá impacto significativo na evolução da nossa galáxia.
Especialistas ressaltam que o entendimento das dinâmicas do Grupo Local — o conjunto de galáxias que inclui Via Láctea, Andrômeda, Triângulo e outras — ainda depende da melhora dos dados sobre massas, posições e movimentos desses corpos celestes. Novas observações poderão refinar as previsões para os próximos bilhões de anos.
Embora a fusão com Andrômeda tenha sido vista durante muito tempo como certa, a descoberta de que a Grande Nuvem de Magalhães exerce um efeito gravitacional oposto pode alterar essa trajetória, afastando as duas grandes galáxias.
Por fim, os pesquisadores destacam que, enquanto o destino da Via Láctea é incerto, a humanidade provavelmente enfrentará desafios muito antes que algum desses eventos cósmicos aconteça, já que o tempo restante para a vida terrestre está limitado pelos processos internos do Sol.
Cientistas destacam que o futuro do nosso Sistema Solar já está praticamente traçado. O Sol tem cerca de 4,5 bilhões de anos e deve esgotar sua energia em torno de cinco bilhões de anos, tornando-se uma gigante vermelha capaz de engolir os planetas interiores, possivelmente incluindo a Terra, que será deixada como uma esfera ressecada.