Indústria da construção gera mais de meio milhão de empregos em quatro anos
Setor voltou a gerar vagas após a pandemia, mas ainda emprega menos que há dez anos
Economia|Beatriz Oliveira*, do R7, em Brasília

A indústria da construção criou 559,5 mil empregos entre 2019 e 2023, um crescimento de 29,4% no período avaliado. Os dados da PAIC (Pesquisa Anual da Indústria da Construção) de 2023, divulgados nesta quinta-feira (22) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram uma recuperação da empregabilidade no setor após a pandemia de Covid-19.
Esse aumento foi puxado pelo segmento de serviços especializados para construção, que cresceu 146,4% desde 2007, quando a série histórica começou a ser contabilizada. Ao todo, 809,8 mil pessoas trabalham nessa área.
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O setor de construção de edifícios vem em seguida, com uma variação de 36,2% entre 2007 e 2023. No mesmo período, o segmento de obras de infraestrutura cresceu 22,5%.
Apesar do crescimento recente, o setor de infraestrutura perdeu espaço no panorama dos últimos dez anos e deu o segundo lugar no ranking de empregabilidade aos serviços para a indústria. O principal segmento gerador de empregos continua sendo o de construção de edifícios.
Em 2023, 37,6% das pessoas empregadas na área de construção atuavam em obras para levantar edifícios.
Queda no emprego em dez anos
Apesar do cenário de recuperação, houve uma desaceleração da empregabilidade no setor nos últimos dez anos. Segundo o levantamento, a queda foi de 425,4 mil pessoas, ou seja, 14,7%.
O melhor resultado foi registrado em 2013, quando 3 milhões de vagas estavam ocupadas. Já o pior resultado da série histórica foi em 2007, com 1,6 milhão de pessoas empregadas na área.
Hoje, a indústria da construção tem 2,5 milhões de trabalhadores ativos, sendo 900 mil deles parte do setor de construção de edifícios.
Salários
Somente em 2023, foram gastos R$ 89,6 bilhões com salários e outras remunerações. O setor de obras de infraestrutura é o que oferece o maior pagamento, equivalente a 2,6 salários mínimos.
Ainda assim, esse foi o segmento que registrou a maior queda na remuneração nos últimos dez anos. Em 2014, os trabalhadores do segmento recebiam, em média, 3,7 salários mínimos, o maior valor desde o início da contagem em 2007.
*Sob supervisão de Leonardo Meireles
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