Lula na Interpol: Nenhum país sozinho conseguirá impedir ‘criminalidade transnacional’
Presidente discursou após declaração de intenções entre Brasil e Interpol em Lyon, na França; confira
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a união dos países no combate ao crime organizado internacional e alertou que “isoladamente” nenhuma nação é capaz de impedir o crime transnacional. A declaração foi dada durante discurso na Interpol, em Lyon, na França, nesta segunda-feira (9), logo depois do Brasil declaração de intenções com a Interpol.
“Para combater o crime de forma efetiva é preciso asfixiar seus mecanismos de financiamento, em especial a lavagem de dinheiro. Nenhum país isoladamente conseguirá debelar a criminalidade transnacional”, disse.
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Lula acrescentou que “assim como outros desafios da atualidade que exigem ação coletiva, como a mudança do clima e a governança do espaço digital, a cooperação policial permanecerá como prioridade da política externa brasileira”.
“No crime organizado você não enfrenta uma simples quadrilha, não enfrenta um simples grupo, são verdadeiras empresas multinacionais que estão envolvidas com empresas, com políticos e com o judiciário. Estão envolvidos em toda a parte da cultura, como se fosse um polvo de muitos tentáculos tentando tomar conta de tudo que é errado no mundo”, disse.
Lula detalhou que a declaração de intenções entre Brasil-Interpol pretende:
- Reforçar a cooperação internacional para enfrentamento do crime organizado;
- Desarticular organizações criminosas transnacionais e suas redes de apoio;
- Apoiar a modernização tecnológica e institucional dos órgãos de segurança pública no Brasil e na América Latina; e
- Promover a proteção de grupos vulneráveis e os direitos humanos na atuação policial.
Brasileiro à frente da Interpol
No discurso, Lula também destacou que era a primeira vez que um presidente brasileiro visitava a sede da Interpol e elogiou a eleição do brasileiro Valdecy Urquiza para assumir o cargo de secretário-geral da organização.
“É motivo de grande orgulho ser recebido por outro brasileiro que chegou ao cargo mais alto da organização. A eleição de Valdecy Urquiza como secretário-geral da Interpol é o reconhecimento do papel de destaque do Brasil no combate ao crime transnacional”, disse.
Lula contou que pretendia voltar ao Brasil ainda no domingo à noite (8), mas foi “provocado” pela sua delegação a participar do evento da Interpol. “Não é comum um presidente da República visitar a Interpol e todo o sacrifício para estar aqui era válido”, disse.
“Estou aqui porque é muito honroso para o Brasil, é honroso para mim, é honroso para a nossa Polícia Federal, que é um modelo de polícia que serve para muitos países do mundo, e é honroso ter um delegado brasileiro dirigindo a mais antiga organização policial do mundo”, afirmou.
O presidente da República acrescentou que Valdecy deveria estar orgulhoso pela carreira construída e pelo trabalho desenvolvido, e pediu: “Faça com que a Interpol saia mais forte quando você sair do que quando você entrou”.
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