Haddad pressiona Câmara sobre supersalários e aposentadoria dos militares: ‘Vamos enfrentar?’
Ministro da Fazenda destacou pontos sensíveis que precisam ser discutidos entre o Congresso e o governo federal
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pressionou os deputados da Câmara a debaterem os supersálarios e aposentadorias dos militares em reunião com líderes da Casa.
Ele fez a declaração durante reunião com parlamentares na manhã desta quarta-feira (11) para detalhar as medidas alternativas ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
O ministro disse que a pasta pretende se encontrar com os líderes da Câmara para debater esses temas.
“O presidente [da Câmara] Hugo Motta nos convidou para abrir uma negociação com os líderes sobre o tema de despesa primária. Temos um encontro marcado, só falta fixar hora e local, mas temos o compromisso de nos reunirmos, para olho no olho, discutir o que está na mesa, o que de fato vamos discutir”, afirmou.
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Haddad questionou: “Vamos enfrentar a questão do supersalário ou não? Vamos enfrentar a questão da aposentadoria dos militares ou não? Vamos por ordem nos cadastros dos programas sociais ou não? O que vamos fazer de fato? O que está na mesa?”.
Ele também comentou sobre meta fiscal e juros altos no Brasil. Afirmou que juro alto no Brasil precisa ser enfrentado até quando houve superávit de 2% do PIB.
“Pagávamos juros acima de qualquer outro país. Até com grau de crescimento, com superávit primário, com a dívida pública em queda, mesmo assim as taxas de juros reais eram super elevadas”, disse.
Meta fiscal e dívida pública
Questionado sobre a meta fiscal e a dívida pública, Haddad confessou que a pasta tem “grande preocupação com a trajetória da dívida e com resolver essa questão do déficit público que se tornou dramático em 2015 com a crise política e não foi vencido até o momento da maneira adequada”.
E mais uma vez alfinetou os parlamentares: “Acredito que o arcabouço fiscal que vocês [parlamentares] aprovaram tem muitos méritos, mas não resolve todos os problemas. Ele é um bom desenho”, apontou.
“Na minha opinião, se garantirmos a sua sustentabilidade no tempo, ele vai garantir os melhores efeitos para a economia brasileira, porque vai promover um ajuste não recessivo da economia”, observou.
Reunião na Câmara
Haddad participa de reunião convocada pelas comissões de Finanças e Tributação, e de Fiscalização Financeira e Controle.
Ao todo, cinco parlamentares apresentaram requerimentos para a realização do encontro. O objetivo é que o ministro preste esclarecimentos sobre as alternativas para o aumento do IOF.
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