Em delação, Cid implica Braga Netto e tesoureiro do PL em financiamento de manifestações
Moraes derrubou sigilo do acordo de delação de ex-ajudante de Bolsonaro nesta quarta-feira
Brasília|Do R7

O tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou durante delação premiada que o general Braga Netto tinha ciência de que um valor de R$ 100 mil estava sendo discutido para financiar a participação de manifestantes nos protestos de apoio a Bolsonaro. “Era para trazer conhecidos para as manifestações”, disse em um trecho da conversa ocorrida em 2024.
Braga Netto foi ministro da Defesa e candidato à vice-presidência na chapa de reeleição de Bolsonaro.
Em outro trecho do documento, Cid diz que conversou com o tesoureiro do PL sobre o financiamento das manifestações antidemocráticas. Segundo ele, era um “coronel da reserva, salvo engano, de intendência”.
No documento, o ex-ajudante de Bolsonaro relata detalhes de uma das conversas que teve com Rafael Martins de Oliveira, um dos “kid pretos” envolvidos na suposta tentativa de matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Indagado sobre o conteúdo de um arquivo encaminhado por Oliveira, Cid respondeu respondeu que o arquivo continha dados sobre carros, agens aéreas, hotéis, não sabendo qual o período de tempo, se 20, 10 ou 15 dias. “No arquivo, tinham dados relacionados ao apoio das manifestação em Brasília. As manifestações eram consideradas pelas Forças Armadas como legítimas e pacíficas”, disse.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou o sigilo do acordo de delação nesta quarta-feira (19). Na mesma decisão, Moraes abriu prazo de 15 dias para que os 34 denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentem suas defesas por escrito.